quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vista noturna



Esta foto foi tirada do Alto de Tronco. Devido ao zoom e ao tempo de exposição, ficou um pouco tremida, mas dá para notar o essencial. Pedome num primeiro plano, Lebução atrás e Fiães à direita.
Ao fundo, há uns pirilampos que parecem ser aerogeradores mas que não consigo dizer exactamente a localização. Será na serra de Bornes?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Greve geral em Pedome



Para início desta crónica, terei que assumir que ela se passa há mais de trinta anos, no tempo em que em Pedome ainda havia gente e actividade para fazer greve.

“Levantou-se o Manuel, já nem sequer era muito cedo, mas estava frio e o calor da cama sabia bem. Já passava das sete e meia, ligou o rádio e ficou espantado com a azáfama de notícias sobre uma tal greve geral.
Ficou então a ruminar porque não, ele próprio fazer greve. Sim, as coisas estavam mal o suficiente para se revoltar. O preço das jeiras nem dava para pagar o pão, o do centeio não pagava o adubo quanto mais o trabalho, as uvas nem sequer pagavam a vindima, o leite das vacas não dava para um saco de ração.
Pois muito bem, hoje faria greve. Não iria ganhar a jeira para o Luis, nem levaria as vacas para o pasto, não iria ferrar o macho, até porque o ferrador também iria fazer greve, certamente.
A mulher afoutou-lhe de baixo para o mata-bicho. Desceu, puxando as ceroulas para cima e ajeitando os carpins nos socos abertos.
Sentado à volta da lareira, a roer a côdea que molhava aos poucos no malga do café e afagava com um golo de bagaço, virou-se para a mulher e disse:
- Maria, hoje não dás de comer às pitas. Fazemos greve.
- Era só o que faltava, ainda vou para a consulta, tenho que apanhar a carreira, isto se o Norberto e o Santarém também não fizerem greve e o sr. Doutor também. Mas esse porque havia de fazer greve?
E depois, deixa-te de coisas Manel, dá lá de comer às pitas e leva as vacas para o lameiro, afinal de contas que culpa têm elas do estado das coisas?
Manuel engoliu o último bocado de pão, deu um arroto e não disse mais nada”

sábado, 19 de novembro de 2011

Cores de Outono


Vão-se as folhas, foi-se o Verão e entre um e outro, aparecem os tons acastanhados do que já foi uvas, já deu vinho e se prepara para um novo ciclo.
Pelo meio virá o Inverno rigoroso, de geadas, vento, chuva e provavelmente neve.
Assim se faz o ciclo da vinha, assim também é o ciclo da vida.
Bom fim-de-semana

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Tocadores de concertina



Muitos dos que por aqui passam recordam-se do tio Ladário. Um homem bom por natureza, um verdadeiro hippie sem que na altura se soubesse sequer o que isso significava.
Pois quando estava de bom humor, deliciava-nos a todos com uns acordes de concertina, instrumento do qual, diziam os mais velhos, o Zé Moleiro era também um óptimo executante.
Afinal agora, parece que é um instrumento de exclusiva perfomance feminina, pelo menos tomando como exemplo esta imagem captada nos Santos de Chaves.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Feira de Santos de Chaves



A arte de fazer carpins, não morreu. A necessidade de os vender na feira de Santos em Chaves, também não.
Talvez, com a aparecimento dos novos povoadores, esta até seja uma das novas virtudes e uma oportunidade de negócio para os novos “Jeep”.
O preço para quem os vende poderá não ser muito apelativo. Para quem os compra parece até demasiado barato. Dois pares: 5 euros.
Faz-se também destes momentos a história da feira anual de Santos, repleta de outras estórias.