quarta-feira, 30 de março de 2011

Provérbios à la Pedome



Dos provérbios de Pedome, lembro: "Março igualarço, a noite com o dia e o pão com o Charguaço". Este é preciso um dicionário para o decifrar. No fundo, apenas quer dizer que em Março, as noites são tão grandes como o dia.
Outro diz: "Em Janeiro é melhor cão do que carneiro". Pois bem, está a chegar a Páscoa, a época do melhor cordeiro.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Saudoso percurso da 63


A camioneta nº 63 da Auto Viação do Tâmega está intimamente ligada à história de Pedome, pelo menos dos últimos 70 anos. No site da própria empresa pode-se ler o seguinte:

Quando em 19 de Maio de 1944 , o Sr. Teodoro de Freitas e o Sr. Alberto Augusto Antas, ambos já falecidos, subscreveram a escritura publica desta empresa no Cartório Notarial de Chaves, por certo que não imaginavam a importância que a mesma iria ter para a região. Consta nessa escritura que o Capital social era de 498.79 Euros, repartido em proporções iguais pelos fundadores. Iniciaram a actividade com um camião de carga, passando mais tarde á compra de um autocarro da marca Volvo, matricula SP-10-87, de 31 lugares, cujo o custo foi de 99.75 Euros, e destinado a fazer a carreira de serviço publico entre Chaves e Vinhais, constituindo assim a primeira concessão oficial. Como nota curiosa há a salientar que o sócio fundador Teodoro de Freitas, manteve-se á frente da empresa até ao ano de 1976. Foi o seu dinamismo e vontade férrea que catapultou a empresa para o lugar de destaque que a mesma já tinha quando por motivos de força maior cedeu a sua posição.

À parte algum lapso que haja quanto à moeda em causa, retém-se uma coisa relevante: A Auto Viação de Tâmega teve como origem, no que ao transporte de passageiros diz respeito, a carreira Chaves - Vinhais. Fiquei agora a saber que tal carreira era feita com um veículo Volvo. No meu tempo, tal era assegurado pela “fabulosa” Leyland nº 63. Aos comandos o Sr. Norberto, coadjuvado pelo Sr. Santarém, que mais tarde tomaria ele próprio os comandos em “Agente Único”.
Esta carreira, num percurso tão diverso, entre Chaves e Vinhais, está cheio de peripécias. Algumas delas, haverá aqui tempo para as contar, outras, se alguém as quiser partilhar, será um bom exercício, senão, ficarão para o esquecimento ou para a lembrança de quem as viveu.
Uma das coisas caricatas nesta carreira era o horário que parecia estar feito para não servir ninguém. Passava em Pedome às 8.20 horas da manhã, às 14.15 horas da tarde e às 20.15 horas da noite, isto no sentido Vinhais-Chaves, incompatível portanto com os horários escolares. Esta artimanha administrativa, no tempo em que os livros de reclamação não estavam à mão de semear, levava-nos a organizarmo-nos em caravanas de transporte colectivo privado, de modo a apanhar às 6 horas da madrugada, a camioneta na Bolideira, outra aberração de horário, que nos punha em Chaves às 7 horas da manhã, quando as escolas abriam às 8.30 horas. Hoje seria um método apelidado de tortura e justificação para todo o insucesso escolar, esperar mais de uma hora ao relento, no tempo das geadas e do impiedoso nevoeiro flaviense.

Continua…

Nota: A imagem não é da 63, não consegui uma foto da lendária camioneta, será provavelmente o chasso da 64, uma UTIC Leyland miserável que conseguiu juntar o fim de duas marcas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Travessa das Antas

Descobri em Nozelos esta placa dando conta que aqui há uma travessa/caminho que deve o nome ao seu destino: Antas. Fiquei admirado, até porque neste caso chama-se travessa. Mas o destino é verdade, é esse o local que fica entre Pedome e Nozelos e por onde o tal caminho passa. A minha admiração vem mais do facto de, normalmente as ruas estarem mais direccionadas para nomes de pessoas que pouca gente conhece e, salvo raras excepções, pouco ou nada fizeram para o merecerem.
Pois bem, louvo a iniciativa das gentes de Nozelos e aqui fica a prova, com Pedome ao fundo, claro.

domingo, 13 de março de 2011

Codesco

Confesso que apenas conhecia esta palavra de uma das quadras dos reis, na qual aparecia a folhinha do codesco. No decorrer de um passeio um pouco atribulado, eis que nos deparámos com este arbusto que foi de imediato identificado pelos especialistas presentes, como sendo tão venerável exemplar da espécie. Pois aqui fica o codesco para que se torne ainda mais popular do que a quadra cantada na altura dos reis já a tinha tornado.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Rio Mente



O rio Mente, faz a fronteira entre os concelhos de Chaves e de Vinhais e, por conseguinte, entre os distritos de Vila Real e Bragança.
Aqui, fazia-se há muito anos a passagem de barca para terras de Lomba, por entre agruras e tormentos, pois era a única forma de vencer o curso de água e chegar à famosa feira de Edral, já em terras de Lomba.
Muitas histórias se contam desta aventura, tantas e tão só porque nem uma miserável ponte se construía. E agora, que já só serve para passeio, existe e mesmo assim, saúda-se.
Fica o registo em memória dos que faziam desta passagem uma parte do seu modo de vida.